O Carnaval movimenta milhões, dita tendências e impulsiona carreiras. Mas, ao contrário do que o público imagina, o “hit do verão” não nasce no calor de fevereiro. Ele começa a ser construído meses (às vezes um ano) antes da festa.
E esse planejamento antecipado se tornou fundamental para que artistas consigam ganhar espaço em playlists, rádios, challenges e blocos.
O que é preciso para “hitar”?
A preparação envolve muito mais do que a produção da música. As gravadoras independentes, distribuidoras e os próprios artistas trabalham com ciclos longos, testes de trechos no TikTok, estratégias com influenciadores, pré-saves, investimento em mídia, distribuição internacional, criação de coreografia e até alinhamento com blocos e DJs que ajudam a música a viralizar nas ruas.
Jeff Nuno , CEO da LUJO NETWORK e especialista em distribuição digital, explica que o calendário do Carnaval funciona como um lançamento estratégico global.
“Para chegar forte na temporada, a música precisa estar performando antes do Ano Novo, ganhar tração em janeiro e se consolidar nas primeiras semanas de fevereiro. Quando fevereiro chega, o público já precisa reconhecer o refrão”.
“Claro, existem outras jornadas diferentes, às vezes o grande hit é lançado dias antes do carnaval, mas isso é um ponto fora da curva”.
As plataformas digitais no ritmo carnavalesco
Outro ponto fundamental é o comportamento das plataformas digitais. Para que uma canção entre nas grandes playlists editoriais, ela precisa de dados consistentes: crescimento orgânico, uso em vídeos, retenção e engajamento. Esses indicadores só são conquistados com tempo, e isso explica por que os artistas já estão pensando no Carnaval de 2026.
“Com planejamento cuidadoso e distribuição profissional, o hit não é obra do acaso, ele é resultado de meses de estratégia, experimentação e leitura de dados. E é justamente essa combinação entre criatividade e método que faz um refrão se transformar na trilha sonora do verão brasileiro”, destaca Jeff Nuno.
