O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi preso nesta quinta-feira (13/11) durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação apura um esquema nacional de cobranças irregulares em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social.
A ação, autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva em diversos estados, além do Distrito Federal. Também foram aplicadas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e bloqueio de bens.
Entre os alvos da operação está o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, que foi proibido de deixar o país e deverá usar tornozeleira eletrônica.
De acordo com as investigações, Stefanutto teria autorizado, em 2023, descontos indevidos nas folhas de pagamento de 34.487 aposentados e pensionistas, favorecendo diretamente a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).
Os investigadores afirmam que o grupo atuava de forma organizada, inserindo dados falsos em sistemas oficiais para permitir os descontos. Em troca, haveria pagamentos de propina e repasses indevidos a dirigentes e intermediários.
A operação mira suspeitos nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato previdenciário e lavagem de dinheiro. A PF também apura a ocultação e dilapidação de patrimônio obtido com os desvios.
