O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor resultado desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. O número representa queda em duas comparações: -0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (5,8%) e -0,8 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024 (6,4%), segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostra que a população desocupada chegou a 6 milhões de pessoas, também o menor contingente da série histórica, registrando queda de 3,3% (209 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e recuo de 11,8% (809 mil pessoas) na comparação anual. Já a população ocupada permaneceu estável no trimestre, com 102,4 milhões de trabalhadores, e avançou 1,4% (1,4 milhão) no ano, atingindo o maior patamar já registrado.

“O nível de ocupação elevado nos últimos meses indica que a queda do desemprego ao longo de 2025 é sustentável”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Subutilização em queda
A taxa composta de subutilização, que inclui trabalhadores disponíveis para trabalhar mais horas, caiu para 13,9%, também o menor índice da série histórica. Houve redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,8 ponto frente ao mesmo período de 2024. A população subutilizada atingiu 15,8 milhões de pessoas, menor contingente desde dezembro de 2014, com queda de 4% no trimestre e de 11,4% no ano.

Menos pessoas desalentadas
O número de pessoas desalentadas — que deixaram de procurar emprego por acreditarem não conseguir uma vaga — caiu para 2,6 milhões, o menor patamar desde dezembro de 2015, com recuo de 14,1% em relação ao ano anterior.

Rendimentos em alta
A massa de rendimento médio real chegou a R$ 354,6 bilhões, um recorde histórico, mantendo estabilidade no trimestre e registrando alta de 5,5% (R$ 18,5 bilhões) no ano. O rendimento médio real habitual também atingiu recorde, com crescimento de 4% na comparação anual.

Carteira assinada bate recorde
O número de empregados do setor privado com carteira assinada chegou a 39,2 milhões, recorde histórico, permanecendo estável no trimestre e crescendo 2,7% (1 milhão de pessoas) em 12 meses. No setor público, o contingente de empregados foi de 12,8 milhões, com alta de 2,4% em relação ao ano anterior e estabilidade no trimestre.

Dados do Caged confirmam crescimento
Os números do IBGE estão alinhados com os dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego na quinta-feira (30). Entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil gerou 1,7 milhão de empregos com carteira assinada. O estoque total de vínculos formais ativos atingiu 48,9 milhões, recorde histórico, sendo que uma mesma pessoa pode possuir mais de um vínculo formal.