Como diria meu pai — que Deus o tenha —, o jornalista Udes Cruz — “isto é apenas o olhar de quem sobrevive do que vê e do que a política insiste em repetir nas timelines”.
Há um fenômeno curioso no Maranhão e atende pelo nome de Eduardo Braide.
Sem alarde, sem se fantasiar de candidato, o prefeito de São Luís vem transformando o silêncio em capital político.
Enquanto adversários pagam blogs, contratam influenciadores e investem em vídeos ensaiados, Braide cresce — quanto mais batem, mais ele incha, como massa de pão sovada pela própria oposição.
Braide não precisa dizer que é candidato a governador; o nome já corre sozinho.
É lembrado em cidades que nunca visitou e defendido nas redes por quem nunca recebeu um tostão.
E quando alguém tenta atacá-lo, a reação é imediata: o ataque volta como um bumerangue, e quem o lançou é que sai ferido.
A velha tática de pagar setores da imprensa para destruir reputações virou dinheiro jogado fora.
O eleitor de hoje não compra manchete fabricada.
Quer ver, ouvir, sentir — quer conexão.
E Braide, talvez sem perceber, entendeu antes de muita gente que rede social não é palco, é ponte.
Não precisa de vídeos roteirizados nem de “trends” — aliás, coisa ridícula em político, parece brincadeira de adolescente tentando viralizar.
Ele fala, mostra o que faz e segue adiante.
A naturalidade virou o seu melhor marqueteiro.
Pode até haver uma boa agência de marketing por trás, mas se há, trabalha com mão leve.
Nada parece ensaiado.
Em tempos de candidaturas de plástico, isso vale mais que jingles e cabos eleitorais.
Enquanto outros atacam, Braide apenas se defende quando é preciso e volta ao trabalho.
Passa a imagem de quem produz, não de quem discursa.
Nem mesmo o episódio do carro com mais de um milhão de reais no porta-malas — o famoso “Clio do Milhão” — abalou sua trajetória.
O caso tomou o noticiário nacional, foi explorado à exaustão, e o prefeito saiu dele como Ayrton Senna na chuva: manteve o carro na pista enquanto os outros rodavam tentando derrubá-lo.
O resultado das urnas provou isso.
Saiu reeleito, mais forte do que antes.
Claro, uma eleição para governador não se vence apenas com simpatia e rede social.
O efeito Bolsonaro de 2018 dificilmente se repetirá.
Braide ainda vai precisar de alianças sólidas, estrutura partidária e presença no interior para transformar popularidade em votos.
Mas negar que hoje, até o momento, ele é o nome mais forte do Maranhão seria teimosia.
Ele fala pouco, mas é o mais ouvido.
E quando um nome começa a soar inevitável, os ataques perdem sentido.
A verdade é que acabou a política de sabonete — aquela vendida com perfume de propaganda e brilho artificial.
O eleitor quer ver suor, erro, acerto, verdade.
E Braide, com sua comunicação simples e direta, entendeu que, nas redes, ser de verdade é a única estratégia que funciona.
Se vai vencer, é cedo para dizer.
Mas, do jeito que o jogo se desenha, ele já largou na frente — e, até agora, ninguém parece capaz de alcançá-lo. Pelo menos por enquanto!