A polêmica envolvendo gravações de reuniões dos deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Pereira Júnior (PT) com membros do governo do Maranhão ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (14), quando o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB) se posicionou de forma clara sobre o caso. Em conversa com jornalistas na Assembleia Legislativa, ele afirmou que não houve grampo oficial. Segundo o parlamentar, os áudios que circulam foram feitos pelos próprios participantes, e não interceptados pela Polícia Civil ou por qualquer aparato estatal.
“Grampo é algo institucional; isso não ocorreu. O que ocorreu foram gravações internas”, disse Yglésio. Para ele, o debate precisa mudar de foco: o problema não é quem gravou, mas o que foi gravado.
Segundo o deputado, os áudios mostram pressões políticas envolvendo a liberação de vagas no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) em troca de compromissos e alianças eleitorais. “Crime é o que está no conteúdo dessas conversas”, afirmou, citando crime de responsabilidade, tráfico de influência e outras tipificações previstas no Código Penal e na Lei do Impeachment.
A fala de Yglésio indica que o núcleo da questão não é técnico — se houve ou não escuta oficial —, mas político e legal. Quem ouviu os áudios, segundo ele, verá tentativas de acordo e pressões irregulares que poderiam configurar práticas ilícitas.
“O que precisa chamar atenção não é a gravação em si, mas o conteúdo: pressões para liberar vaga mediante cumprimento de acordo político. Isso é espúrio, imoral e ilegal”, completou o deputado, reforçando a seriedade das informações captadas nos encontros.