A divulgação da inflação de outubro — a menor para o mês em quase 30 anos — fez o mercado financeiro revisar para baixo a projeção do IPCA de 2025, que passou de 4,55% para 4,46%. Com o novo cálculo, a estimativa volta a ficar dentro do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central.
A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o índice pode variar entre 1,5% e 4,5% sem descumprir o objetivo oficial.
As projeções fazem parte do Boletim Focus desta segunda-feira (17), relatório semanal do Banco Central que reúne a expectativa das principais instituições financeiras do país.
Projeções adiante
Para os próximos anos, o mercado manteve ou ajustou discretamente suas previsões:
2026: inflação em 4,2%
2027: 3,8%
2028: 3,5%
O que puxou a inflação para baixo
A queda da conta de luz foi determinante para o recuo do índice em outubro, quando o IPCA marcou 0,09%, o menor nível para o mês desde 1998, segundo o IBGE. O número também veio bem abaixo do registrado em setembro (0,48%) e do mesmo período de 2024 (0,56%).
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu para 4,68%, voltando a ficar abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses. Apesar do alívio, o dado ainda supera o teto da meta do CMN.
Juros devem continuar altos
Para controlar a inflação, o BC mantém a Selic em 15% ao ano, patamar definido pelo Copom e mantido pela terceira vez consecutiva. A autoridade monetária, porém, não descarta novos aumentos se entender necessário.
O BC também ressaltou que o cenário internacional segue incerto, especialmente devido à política econômica dos Estados Unidos, o que afeta diretamente as condições financeiras globais.
A previsão do mercado é que a Selic feche:
2025: em 15% ao ano
2026: 12,25% ao ano
2027: 10,5% ao ano
2028: 10% ao ano
Taxas mais altas reduzem a demanda, encarecem o crédito e ajudam a conter a inflação, mas também derrubam o ritmo da atividade econômica. O movimento contrário ocorre quando a Selic cai.
PIB e câmbio
O mercado manteve a expectativa de crescimento do PIB em 2,16% este ano. Para os próximos períodos, as projeções são:
2026: 1,78%
2027: 1,88%
2028: 2%
A estimativa para o dólar segue em R$ 5,40 no fim de 2025. Para 2026, a previsão é de cotação em R$ 5,50.