O diretor da Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, na Paraíba, Edmílson Alves, afirmou que Gerson de Melo Machado — o jovem que morreu após invadir a jaula de uma leoa no Zoológico de João Pessoa, no domingo (30) — tinha 16 passagens pelo presídio.
Em vídeo nas redes sociais, o diretor disse que o rapaz, conhecido como “Vaqueirinho”, tinha problemas mentais e costumava cometer pequenos furtos.
O chefe de disciplina da unidade prisional, Ivison Lira, reforçou que a morte do jovem de 19 anos era uma “tragédia anunciada”. Segundo ele, Vaqueirinho tinha comportamento infantil: “O raciocínio dele era de uma criança de cinco anos. Tudo era condicionado a troca, até bombons, para ele não se rebelar. Mas era fácil de lidar, precisava de mais atenção.”
Na semana anterior, Gerson havia sido preso após atirar uma pedra contra uma viatura da Polícia Militar. Edmílson comentou que bastariam “cinco minutos de conversa” com o jovem para perceber que ele não tinha comportamento típico, lembrando que ele passava pelo presídio sob medicação. O diretor relatou ainda que Vaqueirinho teve surtos, chegou a se automutilar e precisou ter a medicação ajustada. Ele chegou a ser levado para a casa da avó, mas, segundo Alves, ela não quis ficar com ele.
Tragédia presenciada por visitantes
No zoológico, Gerson escalou uma árvore próxima ao recinto da leoa e ignorou os apelos do público para que recuasse. Ele ultrapassou as grades de proteção e foi atacado pelo animal. A equipe só conseguiu intervir depois que a leoa se afastou. A cena foi registrada por visitantes.
A administração do zoológico afirmou que todas as normas de segurança estavam sendo cumpridas, com cercas altas e proteções adequadas. A Polícia Civil abriu investigação para apurar como o jovem conseguiu acessar a área restrita e se ele agiu sozinho ou em meio a algum surto emocional.
