O Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro, tem como tema para 2024: “Quebrando Barreiras, Preenchendo Lacunas”. O objetivo principal desta campanha é garantir o acesso igualitário a cuidados de qualidade, promovendo a conscientização e mudanças comportamentais sustentáveis.
O Dia Mundial da Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta às crescentes preocupações sobre a ameaça que a doença representa para a saúde pública. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de Sir Frederick Banting, que co-descobriu a insulina com Charles Best em 1922. Desde 2006, o dia é oficialmente reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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Prevalência e Impacto Global do Diabetes
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica crônica caracterizada por glicose sanguínea elevada, resultante de diferentes graus de resistência à insulina e secreção disfuncional deste hormônio.
A prevalência crescente do diabetes está fortemente ligada a fatores sociais e econômicos, como o aumento da urbanização, mudanças nos padrões alimentares e o aumento da expectativa de vida, que contribuem para um maior número de casos. A transição para dietas mais industrializadas e o estilo de vida sedentário também têm desempenhado um papel importante nesse aumento. Esses fatores são especialmente críticos em países de baixa e média renda, onde as taxas de obesidade estão crescendo rapidamente.
Atualmente, aproximadamente 537 milhões de adultos no mundo vivem com diabetes, o que equivale a 1 em cada 10 indivíduos com idades entre 20 e 79 anos. Estima-se que esse número aumente para 643 milhões até 2030 e 783 milhões até 2045. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 20 milhões de pessoas convivem com a doença, representando cerca de 10,5% da população nacional.
Tipos Mais Comuns de Diabetes
Pré-diabetes: O pré-diabetes é uma condição em que os níveis de glicose estão mais elevados que o normal, mas ainda não o suficiente para um diagnóstico de diabetes. Esse estágio pode ser identificado através de exames simples, como a glicemia de jejum ou o teste de HbA1c.
Diabetes Tipo 1: Doença autoimune crônica, onde as células do pâncreas que produzem insulina são destruídas. Geralmente se manifesta em crianças e adolescentes, mas também pode ocorrer em adultos.
Diabetes Tipo 2: Ocorre quando o corpo não usa a insulina de forma eficaz, sendo associada a fatores como sobrepeso, obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Representa cerca de 90% dos casos de diabetes no Brasil.
Diabetes Gestacional: Acontece temporariamente durante a gravidez, afetando de 2% a 4% das gestantes. A elevação nos níveis de glicose pode causar complicações e aumentar o risco de diabetes futura para mãe e filho. Exames regulares durante o pré-natal são essenciais para monitorar a saúde da gestante e do bebê.
Principais Sintomas do Diabetes
Diabetes Tipo 1:
Fome frequente
Sede constante
Perda de peso
Fraqueza e fadiga
Mudanças de humor
Náuseas e vômitos
Diabetes Tipo 2:
Fome frequente
Sede constante
Formigamento nos pés e mãos
Infecções frequentes
Feridas que demoram a cicatrizar
Visão embaçada
Aumento da frequência urinária
É importante destacar que, no caso do diabetes tipo 2, os sintomas podem ser sutis ou até inexistentes nas fases iniciais, o que torna a detecção precoce ainda mais importante.
Fatores de Risco
Modificáveis:
Não Modificáveis:
Sobrepeso e obesidade
Sedentarismo
Alimentação inadequada
Hipertensão
Colesterol e Triglicerídeos elevados
Circunferência abdominal aumentada
Diabetes gestacional
Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
Albuminuria (presença de proteína na urina)
Forte histórico familiar de diabetes tipo 2 (DM2)
Genética
Grupos étnicos específicos
Sexo (diferenças de risco entre homens e mulheres)
Idade (o risco aumenta com a idade)
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Mulheres que deram à luz crianças com mais de 4 kg
Embora alguns fatores, como genética e idade, não possam ser modificados, fatores modificáveis, como o controle do peso e a adoção de um estilo de vida saudável, podem ajudar a reduzir significativamente o risco, mesmo em indivíduos geneticamente predispostos.
Impacto do Diabetes na Qualidade de Vida
Quando não tratado, o diabetes pode causar complicações graves, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto, perda de visão, lesões nos nervos (causando dor, formigamento e perda de sensibilidade nas extremidades), aumento do risco de úlceras e amputações. Em estágios mais avançados, pode levar à doença renal crônica e problemas hepáticos. Além disso, aumenta a predisposição a infecções devido à hiperglicemia, que compromete a função imunológica.
Tratamento da Doença
O tratamento do diabetes deve ir além do controle glicêmico, abrangendo também o manejo de dislipidemia, hipertensão, controle de peso e a prevenção de complicações a curto e longo prazo. Diversos estudos mostram que dietas específicas podem ser eficazes no controle do diabetes.
Dieta Mediterrânea: Rica em grãos integrais, frutas, vegetais e gorduras saudáveis, ajuda a reduzir a resistência à insulina, controlar a glicemia e melhorar os níveis de colesterol e pressão arterial.
Dietas de Baixo Teor de Carboidratos: Reduzir carboidratos (limitados a 50g/dia) pode promover perda de peso e melhorar o controle glicêmico, incluindo a redução de HbA1c e glicemia em jejum.
Dieta Cetogênica: Baixa em carboidratos e rica em gorduras saudáveis, demonstrou resultados positivos no controle da glicemia e na perda de gordura abdominal.
Dietas à Base de Plantas: Focadas em vegetais, grãos integrais e leguminosas, essas dietas ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir o colesterol.
Dietas Ricas em Proteínas e Pobres em Gordura: Podem reduzir a resistência à insulina e melhorar os níveis de glicemia e insulina em jejum, com ênfase em proteínas magras e carboidratos integrais.
Jejum Intermitente: Embora promova melhorias na glicemia e perda de peso, o jejum intermitente deve ser praticado com cautela, especialmente em pacientes com histórico de hipoglicemia ou diabetes tipo 1, devido ao risco de episódios de hipoglicemia.
Agora que você já sabe o que deve ou não colocar no prato, que tal aprender na prática?
50% do prato com verduras: Use três cores diferentes, como:
Brócolis (verde), alface (verde claro) e tomate (vermelho).
30% do prato com proteínas magras:
Frango grelhado, peixe (como salmão ou atum) ou ovo cozido.
20% do prato com carboidratos integrais:
Quinoa, arroz integral ou batata-doce.