A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser substituída na madrugada deste sábado (22) após uma violação considerada grave por investigadores. O alerta do equipamento disparou às 0h07, acionando imediatamente a equipe de segurança do ex-presidente, segundo apuração do blog.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal confirmou a falha e determinou a troca do dispositivo, realizada às 1h09. De acordo com fontes da investigação, houve uma tentativa de arrancar a carcaça da tornozeleira utilizando materiais de soldagem. A Polícia Federal deve realizar perícia para esclarecer o que ocorreu.
A ocorrência foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma das razões para decretar a prisão de Bolsonaro. Na decisão, ele afirmou ter sido comunicado sobre a violação pelo Centro de Monitoração Integrada do DF um minuto após o disparo do alerta.
Segundo Moraes, a tentativa de rompimento indicaria intenção de fuga, supostamente facilitada pela mobilização convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O ministro destacou ainda que o condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, distância que pode ser percorrida em menos de 15 minutos de carro.
Moraes também lembrou episódios anteriores usados pela investigação como indícios de risco: em fevereiro de 2024, Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília, e teria avaliado a possibilidade de buscar abrigo na Embaixada da Argentina. O ministro citou ainda parlamentares aliados — Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — que deixaram o país durante apurações da Polícia Federal.
A PF agora tenta confirmar se houve dano intencional ao equipamento e se a violação configura tentativa de fuga. Até o momento, a defesa do ex-presidente não se manifestou.