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Coluna da Célia Lima

Maracatu Baque Mulher São Luís recebe Mestra Joana Cavalcante na Semana da Consciência Negra

A programação conta com oficinas de Maracatu, vivências em escolas, exibição de documentário e rodas de conversa sobre o protagonismo e as resistências de mulheres na cultura popular e no axé

 

De 20 a 25 de novembro a capital maranhense recebe o som do Maracatu, regado de axé, pelas mãos da Mestra Joana Cavalcante. Pela primeira vez em São Luís, a idealizadora do Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher irá oportunizar uma imersão na musicalidade e fundamentos do Maracatu Nação, manifestação artístico religiosa reconhecida pelo IPHAN como patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Mulher negra, mãe de santo no terreiro de candomblé Ylê Ashé Oxum Deym e moradora da periferia de Recife, em Pernambuco, Joana D’arc Cavalcante é a primeira mulher a ser mestra de uma Nação de Maracatu de Baque Virado – a Nação de Maracatu Encanto do Pina. Em 2008, fundou o Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher, que hoje possui mais de 38 filiais ativas no Brasil e na Europa.

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O coletivo de Maracatu, tocado exclusivamente por mulheres, reconhecidas como Feministas do Baque Virado, ecoa a cultura ancestral e negra pelos quatro cantos do país e além. Na capital maranhense, desde de 2020, o Maracatu Baque Mulher São Luís tem fomentado debates sobre o protagonismo e direitos das mulheres na cultura. E como forma ampliar a discussão com outros grupos, mestras, mestres e brincantes da cultura popular, o coletivo preparou uma programação para Semana da Consciência Negra, durante a qual serão promovidas atividades que prometem fortalecer não só a batucada, mas também a luta feminista e antirracista contra as opressões sociais, como o machismo, o racismo ambiental e religioso, violências enfrentadas todos os dias, principalmente, quando se é mulher negra, da favela e do axé.

Em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil – Centro de Cultura Negra do Maranhão, Centro Estadual de Referência da Mulher Negra (CCN), Centro Cultural Mandingueiros do Amanhã, Movimento Sem Terra no Maranhão, Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) e Instituto Federal do Maranhão (IFMA) – as batuqueiras do Baque Mulher São Luís estarão reunidas em rodas de conversa, oficina de Maracatu Nação, vivências com estudantes e professores e exibição do documentário “Mães do Pina”, que estréia o projeto Cine Yalodê, uma oportunidade de conhecer histórias que transformam vidas, especialmente de mulheres, narradas por meio da tela do cinema.

A programação da “Mestra Joana em São Luís” começa no dia 20 de novembro, próxima quarta-feira, dia de Zumbi e da Consciência Negra, que pela primeira vez é feriado nacional instituído pelo governo federal por meio da lei 14.759/23. Será realizada roda de conversa sobre “Protagonismo das Mestras na Cultura Popular”, celebrando a força e sabedoria das mulheres negras na preservação e transmissão de nossa herança cultural afroindígena, com a participação das convidadas Mestra Regina Avelar, dirigente do Bumba Meu Boi de Zabumba e Tambor de crioula do Mestre Leonardo (MA) e Mestra Roxa, Caxeira Régia do Divino, coreira de tambor de crioula e mestra da cultura popular (MA).

Mais informações: @baquemulhersaoluis, @movimentobaquemulherfbv, @mestrajoanacavalcante e www.baquemulher.com.br.

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