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Política

“Cada centavo que colocamos aqui é do povo de Belém”, diz Lula durante visita às obras da COP30

 

“Cada centavo que nós colocamos aqui é do povo de Belém e ninguém tira mais”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a visita às obras integradas para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), nesta sexta-feira, 3 de outubro.
Lula vistoriou o Parque da Cidade, que sediará os eventos da Conferência, e reforçou que as intervenções vão beneficiar a população muito além dos 20 dias do evento. “Não tem obra só para a COP. A COP é um evento que vai durar 20 dias no máximo. Depois, essas obras todas vão ficar para o povo do estado do Pará, para o povo da cidade de Belém. Quando a COP sair, cada centavo que nós colocamos aqui é do povo de Belém, aí ninguém tira mais”, ressaltou.
Durante as visitas, o presidente também destacou os impactos na mobilidade e no turismo da cidade. “Quando esses canais estiverem bem tratados, estiverem bonitos, as ruas estiverem bem tratadas, bonitas, também vai vir turista. Se a gente melhorar a qualidade de vida do povo de Belém, significa aumentar a possibilidade de vir mais turistas para o estado do Pará e para a cidade de Belém”, disse Lula.
SEDE DA COP30 — Considerada a maior intervenção urbana de Belém nos últimos 100 anos, o Parque da Cidade ocupa 500 mil m² de uma área que já foi um aeroporto, no bairro da Sacramenta. O espaço será o principal palco da COP30, abrigando as Zonas Azul e Verde da conferência.
A Zona Azul é o palco onde ocorrem as negociações oficiais, da Cúpula de Líderes e dos pavilhões nacionais. O acesso é restrito às delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada.

Já a Zona Verde traz visibilidade para soluções e parceiros que fortalecem o compromisso com uma abordagem ambiental, social e de governança (ESG) de diálogo internacional. Com acesso livre ao público, o espaço promove o engajamento democrático, a pluralidade de vozes e a transparência no debate climático.
ESTRUTURA — O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou a infraestrutura do Parque da Cidade. “Quanto mais gente vier para Belém, mais gente vai descobrir a maravilha que é essa cidade e a maneira que o mundo vai ser abraçado pelas pessoas. A infraestrutura é fantástica. Já é reconhecida como a mais bem bolada de todas as COPs. O corredor central é absolutamente brilhante, facílimo de circular”.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou que o evento será marcante para os visitantes. “O mundo sairá daqui encantado ao conhecer a Amazônia e se surpreenderá. Eles se encantarão, não só com a infraestrutura, mas com o calor humano, com a culinária e com o acolhimento do povo brasileiro e do estado do Pará”, disse o ministro.

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PROJETO PAISAGÍSTICO — Além de um projeto paisagístico com mais de 2.500 árvores, 190 mil plantas ornamentais e 83 mil metros quadrados de áreas gramadas, o Parque incorpora tecnologias de mitigação climática, como o uso de energia solar fotovoltaica e sistemas de captação e reaproveitamento de água da chuva.

ESPAÇO DE LAZER — O Parque foi entregue para a população e aberto em julho de 2025, recebendo mais de 670 mil visitantes antes de ser fechado temporariamente para a montagem das estruturas da COP30. O local reúne Centro de Economia Criativa, Centro Gastronômico, cinema, teatro, biblioteca, torre de contemplação, quadras poliesportivas, ciclovia e um parque aquático infantil.
CANAL DA UNIÃO — Pela manhã, o presidente Lula visitou as obras de macrodrenagem e urbanização do Canal da União, parte do conjunto de obras já entregues dos canais Vileta, Leal Martins e Timbó. O objetivo é mitigar os problemas de alagamento na capital paraense, contribuindo para a preparação da cidade para eventos como a COP30.
O Canal é parte integrante do projeto de macrodrenagem da Bacia do Tucunduba, que é considerado um marco para a melhoria da qualidade de vida nos bairros do Guamá, Terra Firme, Canudos e Marco. As intervenções incluem 350 metros de retificação de canal, redes de água e esgoto, drenagem pluvial, três passarelas, uma ponte e urbanização de vias e calçadas com piso tátil.
O conjunto integra o maior projeto de urbanização de favelas e periferias financiado pelo BNDES, que soma R$ 847 milhões. Ao todo, 12 canais estão em obras, beneficiando mais de 500 mil pessoas, cerca de 35% da população da capital.
GRATIDÃO — A moradora Zilda Costa, do Bairro Marco, comemorou as melhorias: “Tá ótimo, gostei da obra. Vai melhorar muito pra nós, porque ela [água] tava vindo muito suja. Agora vai ter o tratamento, né? Só muita gratidão. A gente agradece muito”.
LEGADO PARA O ESTADO — As obras fazem parte do legado de infraestrutura urbana que será deixado à cidade para além da COP30, com financiamento total de R$ 1,5 bilhão do BNDES ao governo do estado. O maior projeto, com crédito de R$ 740 milhões do Banco, é o de macrodrenagem das bacias do Tucunduba e Murucutu, que combate o problema histórico de inundações em bairros como Guamá, Marco e Terra Firme, beneficiando 300 mil moradores. As intervenções incluem a retificação de quase 10 km de canais, além da construção de vias, ciclovias, pontes e redes de saneamento.
O BNDES também financia outras obras estratégicas. No bairro do Mangueirão, o investimento de R$ 107 milhões resolve problemas de alagamento e melhora o tráfego. Na Avenida Tamandaré, estão sendo aplicados R$ 162,8 milhões na criação de um parque linear e outros R$ 23,7 milhões em um novo terminal fluvial. Já a Rua da Marinha está sendo modernizada com R$ 248,5 milhões, ganhando faixas exclusivas para ônibus e ciclovia.
MODERNIZAÇÃO — Além disso, o Banco apoia a modernização de equipamentos estratégicos. O Hangar Centro de Convenções está sendo completamente revitalizado, com 97% das obras concluídas. O novo Terminal Hidroviário Internacional, com aporte de R$ 53,7 milhões, terá capacidade para grandes embarcações, e o histórico Complexo Mercedários está sendo restaurado com um investimento de R$ 36,9 milhões.
PORTO FUTURO II — Lula também conferiu o avanço das obras do Porto Futuro II, que requalifica o antigo porto industrial da capital paraense. O local agora é um complexo cultural e de lazer em fase de conclusão. Lá, o presidente participou da entrega do Museu das Amazônias, espaço dedicado a valorizar a ciência e a tecnologia da região.
O espaço abriga as exposições “Amazônia”, do fotógrafo Sebastião Salgado. “As fotos não são um retrato da realidade, são uma interpretação que o Sebastião faz. Elas vão permitir que o espectador se depare com a incrível biodiversidade amazônica. O espectador vai poder encontrar os povos que protegem essa biodiversidade”, explicou Juliano Salgado, filho do artista falecido em maio deste ano.

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